quarta-feira, 13 de março de 2013

O calamar é um bicho de olho grande

O calamar é um bicho de olho grande
Seus oito braços pegam o que der
Enquanto dois tentáculos enormes
Distribuem bolsas pra quem quiser

Sua cabeça é grande, muito grande
Mas dentro... só sujeira, tinta preta
E a pena com que assina os contratos:
Negócios ilegais, tudo mutreta

Não ganhou estrelinha na escola
Mas o seu sonho sempre foi brilhar
Fingiu que era uma estrela lá no céu
Mas viu-se que era só estrela do mar (de lama)

Covarde dos mais bostas

Pra ti fizeram música, até filme
Pra ti! Tinhas a chance de mudar
O rumo de teu povo empobrecido
Que, infelizmente, em ti foi confiar

O pior ladrão é aquele que é rico
O pior rico é aquele que foi pobre
E esquece suas origens, seu passado,
Passando a acreditar que nasceu "nobre"

Nobreza, vagabundo, tem quem sobe
A escada e leva o fraco em suas costas
Quem faz de escada as costas do fraco
É somente um covarde dos mais bostas

Abana o teu rabo, cachorrinho

Abana o teu rabo, cachorrinho
Abana e faz feliz esse teu dono
Lambe sua mão, implora-lhe a comida
Por ele dá tua alma, tua vida
E dorme, bem tranquilo, o teu sono

Não liga se te bates, cachorrinho
Porque é pro teu bem, pra que aprendas
Deixe-o pôr a coleira (é tão bonita!)
Dá-lhe, feliz, as rédeas da tua vida
Faz o que ele deseja e ganha prendas

Quando ficares velho, cachorrinho,
Doente e condenado ao abandono,
Lembra que tu tivestes boa vida,
Que te deram banho, casa, comida...
Lembra como foi bom pra ti teu dono


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Me lembre d'outras eras meu mau fado

Me lembre d'outras eras meu mau fado
Para que não o repita nesta vida
Mi'a alma lhe implora, arrependida
Pois quer remir-se do que fez de errado

Permite-me rever as tristes dores
Que plantei (e hoje colho) em meu passado
Eu sei que, a meus irmãos, eu hei lesado
Por isso, hoje, eu quero plantar flores

Me ajude a cultivar amores ternos
Me ensine a não temer ninguém nem nada
Me mostre a paciência dos eternos

Mi'a mão já não tem sangue, está lavada
Difícil é, nestes tempos modernos,
Saber lavar mi'a alma atormentada


Eles, ocultos, prevaricam

Primeiro, lhe ensinam a temer
Temer a sociedade, Deus...
Até mesmo os parentes seus
O que aprende sem perceber

Ensinam-lhe, então, a oprimir
Todos os que são diferentes
Mesmo que sejam os parentes
De quem aprendeu a fugir

É assim que se certificam
De que nada irá se alterar
Com o povo a se vigiar
Eles, ocultos, prevaricam

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Oligarquia, câncer das nações!


Oligarquia, câncer das nações!
Nações fundadas em terras roubadas
À força, pelos fios das espadas
A serviço de uns, não de milhões

Antes, os reis, os duques, os barões,
Mandaram nessas terras violentadas
Mais tarde, suas cadeiras são tomadas
Pelos gananciosos vendilhões

São eles, os gulosos bilionários
Sem pátrias, sem bandeiras e sem hinos
Que elegem os governantes salafrários

Enquanto a pobre massa de ovinos,
Vigiada por cachorros proletários,
Engorda, com seu sangue, os vis suínos

O marujo da nau social


É mais fácil culpar o corrupto político
Do que olhar-me por dentro e ver que, no fundo,
Sou agente de muitos dos males do mundo,
Pois não me sinto bem quando sou autocrítico

E o medo que, de mim, faz um paralítico
É a coragem que emana do ventre rotundo
Pra roubar o alimento ao faquir moribundo
Então, me compadeço do pobre raquítico

Mas, se tenho a chance de fazer igual
Já não tenho mais pena do pobre mortiço
Afinal, é um mendigo, mais um marginal

Chega a ser engraçado, parece feitiço
Como todo marujo na nau social,
O que eu quero é o comando lá no passadiço